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Entrevista | Clésio Salvaro ensaia saída do PSDB e fala sobre futuro político após encerrar mandato em Criciúma

Por: Marcos Schettini
18/05/2023 16:13
Divulgação

Nome de grande expressão na região Sul de Santa Catarina, Clésio Salvaro vai preparando-se politicamente para encerrar o quarto mandato como prefeito de Criciúma. Há 20 anos filiado ao PSDB, ensaia deixar o ninho para traçar uma nova rota, de olho nas eleições de 2026. Construindo a sucessão da terra do carvão, Clésio em sido observado por diversas siglas e lideranças partidárias para compor uma possível majoritária daqui a três anos.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini, falou sobre seu futuro político e partidário, falou da aliança inconclusiva com João Rodrigues e Luciano Hang em 2022 e afirmou que tem mantido constantes conversas com o governador Jorginho Mello. Ainda, disse esperar que em 2026 a campanha estadual não seja nacionalizada, para que se possa observar melhor os anseios dos catarinenses. Confira:


Marcos Schettini: Qual é seu projeto político?

Clésio Salvaro: Me preparei desde muito novo para ser um homem público. Fui vereador por dois mandatos, presidi a casa legislativa municipal por dois anos. Me elegi três vezes deputado estadual, sempre com votações expressivas. Fui eleito quatro vezes prefeito da nossa amada Criciúma, lembrando que um mandato me foi “tomado pela Justiça, na mão grande”, por conta dos casamentos coletivos que realizávamos na época. O futuro sempre depende do que fazemos no presente. Sempre fui um político que trabalhei muito na minha vida. Sempre tentei gerir a coisa pública do jeito como fazemos na iniciativa privada, na empresa. Controlando gastos, investindo certo, com muita gestão. Meu projeto político, independentemente do caminho a seguir, vai sempre ter esses pilares. Além de analisar os cenários e manter os pés no chão, sempre trabalhando com seriedade.

Schettini: Para buscar isso, qual o partido que o senhor mergulha?

Salvaro: Meu primeiro partido foi PFL. Em maio de 2003, eu me filiei ao PSDB. Um partido que sempre me deu todas as condições para ser o que eu quisesse, e fui de fato. Como já disse, de deputado a prefeito, fazendo o amo, que é a política do bem. Aquela que ajuda as pessoas e desenvolvimento do ambiente em que vivemos. As pessoas hoje, mais do que em outros tempos, se importam menos com partidos e mais com o caráter, posicionamento, e poder de decisão firme. O eleitor quer alguém que tenha visão, planeje e execute ações e projetos. Partidos estão em segundo, terceiro plano. O que importam são posições e propósitos. Mais importante que partidos são as pessoas que fazem parte deles.


Schettini: Por que o senhor não aceitou o desafio de João Rodrigues em ser vice?

Salvaro: Contribuir com o Estado de Santa Catarina é algo que tem que estar no coração do político. E é natural, quando estamos na gestão pública de uma grande cidade, como Criciúma e Chapecó, e com aprovação e resultados satisfatórios, que sejamos lembrados para assumir novos desafios. Uma proposta tentadora, e seria uma honra compor chapa com uma pessoa determinada, trabalhadora, meu amigo, João Rodrigues. Mas naquele momento, eu reafirmei o compromisso que tinha com minha cidade e as pessoas que confiaram em mim e no meu vice, para continuar prefeito da nossa Criciúma. Continuar o trabalho que iniciamos e que vamos concluir com muitas entregas e realizações, ao final de 2024.


Schettini: Se aquela chapa João Rodrigues, Luciano Hang e o Sr. estivesse viabilizado, qual seria o resultado?

Salvaro: [Risos]. Neste caso, teríamos que voltar no tempo e concorrer a eleição [risos]. Participei de muitas eleições. Já ganhei, já perdi também. Eleição tem sempre seus favoritos, aqueles que são apontados por números e pesquisas. Acredito que seria uma chapa forte e com boas chances de ter sucesso. Porém, não há como prever. Mas com certeza, assim como o João Rodrigues, eu, modéstia à parte, também sou bom de gestão, e faríamos um governo focado em resultados e focado no desenvolvimento de Santa Catarina e do cidadão catarinense. Mas Santa Catarina agora está bem servida com o governador Jorginho Mello. É a minha torcida.

Schettini: Criciúma é um polo político importante dentro do jogo 2026. O que o Sr. vê?

Salvaro: Uma eleição é preparatória para a outra. Gostemos ou não, o pleito de 2026 passará pelas eleições de 2024. Acredito que os próximos dois anos serão decisivos para que esse tabuleiro do jogo político tome forma.


Schettini: A cidade conta com quatro federais de olho na sua sucessão. O que Criciúma precisa?

Salvaro: Nós temos quatro deputados federais, cada um com seu estilo, com sua personalidade. Eu não sei se todos estão interessados em ser candidatos a prefeito de Criciúma, mas acredito que quanto mais gente no debate para discutir propositivamente a nossa cidade, melhor.


Schettini: O Sr. acredita no governo Lula? Seria a tese de que eleição já passou e o Brasil precisa seguir?

Salvaro: Tanto em 2018 quanto em 2022, ficou na minha percepção e, de muita gente, que o eleitor votou mais para não eleger do que para eleger. Votando em um, para não eleger o outro. Esse é o debate nacional. O debate municipal é diferente. É como entregar a chave da sua casa, para alguém cuidar dela. Pessoas tem acesso ao gestor e cobram diretamente. Eu acredito em mais Brasil e menos Brasília. Espero sempre destinação e retorno de recursos para que Estados e municípios, aqui na ponta, onde vivem as pessoas, possam sentir a presença desses recursos transformados em obras.


Schettini: Depois de sua saída em 2024, aceitaria ser membro do secretariado do governador Jorginho Mello?

Salvaro: [Risos]. Primeiro tem que saber se o Jorginho me convidaria [risos].


Schettini: Quem seria, em sua análise, os nomes mais fortes para a eleição de 2026?

Salvaro: Espero muito que a eleição de 2026 seja pautada no que os catarinenses e o nosso Estado precisam para se desenvolver. Para que continuemos como Estado referência na federação. Espero que não seja uma campanha com debate nacionalizado, mas focado em encontrar soluções para que melhoremos nosso ambiente como um todo. Nas pautas que nos interessam.


Schettini: É correto afirmar que Criciúma poderia já estar contemplado no governo estadual?

Salvaro: Se for em relação de ocupação de espaços, posso dizer que algumas pessoas de bem me parece já foram convidadas, o que é muito bom. Mas também se trata de uma questão macrorregional, e a região Sul é muito importante no cenário econômico, contribui para o desenvolvimento de Santa Catarina. Estive com governador Jorginho no segundo turno, mas não faço política por ocupação de espaços, mas sim sempre buscando recursos para atender as demandas da nossa sociedade. Tenho mantido conversas e visitas ao governador Jorginho e ele tem me recebido e me ouvido com as principais demandas da nossa cidade. Só tenho a agradecer.

Schettini: Qual é a avaliação que o Sr. faz de si, agora e no futuro?

Salvaro: Acredito que na parte governamental, as pessoas têm avaliado nosso trabalho como ótimo ou excelente. As pesquisas apontam isso, aprovação do governo de Criciúma em cerca de 90%. Uma equipe enxuta, mas dedicada, de apenas cinco secretários, para governar toda a cidade de quase 250 mil habitantes. Temos bons e extraordinários servidores públicos que cumprem seu papel de servir a sociedade. Na questão pessoal, sou um homem simples, de família, e que sempre foi educado para o trabalho. No mais, sou casado há 33 anos com a dona Adriana, com dois filhos. Olha, para me aguentar 33 anos é porque tem que ter muito amor envolvido [risos].


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